quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Continuação do Teatro: O Julgamento

Personagens:
Juiz
Advogada de defesa
Advogada de acusação
Criminosa
Testemunha 1
Testemunha 2

Local: Fórum

O juiz entra e se acomoda em seu lugar (mesa que está no centro da sala). Alguns instantes depois a advogada de acusação entra e senta na mesa que está a esquerda da mesa do juiz. Depois advogada de defesa entra e senta na mesa que está a direita da mesa do juiz.

JUIZ – Vamos dar início ao julgamento.
Advogada de defesa levanta-se.
ADVOGADA DE DEFESA – Peraí! Peraí senhor juiz! Antes tenho que retocar minha maquiagem!
(Ela abre sua bolça, tira um espelho e um batom, passa-o rapidamente e deve-o em sua bolça).
ADVOGADA DE DEFESA – Agora sim, senhor juiz! Pode começar!! (Ela senta em seu lugar novamente)
JUIZ – Que entre as testemunhas!
Testemunha 1 e Testemunha 2 entram. Testemunha 2 senta e cruza as pernas para se exibir. Enquanto a testemunha 1 entra e senta seriamente.
JUIZ – Que entre a criminosa!
Neste instante começa a tocar a música da pantera cor de rosa e a criminosa entra andando rebolando, com uma minissaia e batom vermelho, deixa cair sua bolça em frente ao juiz e agacha para pegá-la, o juiz arregala o olho e ouve-se um assobio.
CRIMINOSA – Desculpe-me pelo desajeito, senhor juiz...
JUIZ – Sente-se.
O juiz bate seu martelo.
JUIZ – Vamos ouvir a versão da advogada de acusação.
Advogada de acusação levanta-se, posiciona em frente ao juiz e coloca a mão em cima do livrinho que estava em cima da mesa do juiz.
JUIZ – A senhorita promete dizer a verdade, somente a verdade?
ADVOGADA DE ACUSAÇÃO – Prometo.
Ela volta para seu lugar, mas fica em frente a sua mesa e de pé.
ADVOGADA DE ACUSAÇÃO – A criminosa aqui presente, foi pega em flagrante roubando...
JUIZ – Mas o que ela roubou?
ADVOGADA DE ACUSAÇÃO – Hum... O senhor tem certeza que deseja saber?
JUIZ – Você é uma advogada ou não? Se for apresente seus argumentos!
ADVOGADA DE ACUSAÇÃO – Ela roubou este... (ela abre sua bolça e de dentro dela retira uma sacola transparente lacrada) PAPEL HIGIÊNICO!!!!!!!!!
ADVOGADA DE DEFESA – Protesto! Minha cliente estava apenas com muita dor de barriga por comer muito doce!
ADVOGADA DE ACUSAÇÃO – Protesto! E foi justamente estes doces que ela roubou semana passada!
JUIZ – Aquete-se advogadas. Agora dou a palavra para a advogada de defesa.
ADVOGADA DE DEFESA – Obrigada, senhor juiz!! (Ela se levanta e posiciona em frente do juiz, coloca a mão em cima do livrinho).
JUIZ – A senhora promete dizer a verdade, somente a verdade?
ADVOGADA DE DEFESA – Sobre aquele assuntinho particular nosso... (ela pisca o olho para o juiz) Não posso dizer não!!!
JUIZ – Aqui é local de trabalho! Respeite-me!
ADVOGADA DE DEFESA – Desculpe-me!!! Prometo dizer a verdade.
Ela também se posiciona em frente a sua mesa.
ADVOGADA DE DEFESA – Minha cliente roubou tudo aquilo, pois ela é muito pobre, inocente, humilde e muito trabalhadeira. Olhe só para ela!
Todo mundo olha para a criminosa, ela se levanta e faz cara de “cachorrinho sem dono”.
ADVOGADA DE DEFESA – Com isso encerro minha fala.
JUIZ – Para darmos o juízo final, vamos ouvir mais dois depoimentos. Que venha a primeira testemunha.
Testemunha 1 vai para frente do juiz, coloca a mão no livrinho.
JUIZ – A senhora promete dizer a verdade, somente a verdade?
TESTEMUNHA 1 – Prometo.
Ela faz o mesmo que as advogadas (ou seja, ela volta para seu lugar, mas fica em frente a sua mesa).
TESTEMUNHA 1 – Eu estava no meu supermercado, quando o Joaquim me disse que uma loira doida havia roubado um pacote de papel higiênico. E isto Meritíssimo é tudo o que eu sei.
JUIZ – Obrigado. Pode voltar para seu lugar. Que venha a testemunha 2.
Testemunha 2 vai para frente do juiz. Tira de dentro do decote do vestido um cartãozinho e uma nota de dois reais.
TESTEMUNHA 2 – Olhando de perto... Até que o senhor é bem gatinho, hein?
Entrega-lhe o cartãozinho rosa e perfumado e o dinheiro para o juiz.
JUIZ – A senhorita está tentando me subornar com uma nota de dois reais?
TESTEMUNHA 2 – Não senhor!!! Isso é só o dinheiro para a passagem!
JUIZ – Mas passagem para o que?
TESTEMUNHA 2 – Para me fazer uma visitinha lá no meu apê!
ADVOGADA DE DEFESA – Protesto! Ele é meu homem!
Testemunha 2 e a advogada de defesa começam a brigar.
CRIMINOSA – Parem com isso suas sirigaitas!!!
A criminosa separa as duas, advogada de defesa volta para seu lugar.
JUIZ – Obrigado senhorita.
CRIMINOSA – De nada.
JUIZ – Vamos prosseguir com o julgamento. A senhora promete dizer a verdade somente a verdade?
TESTEMUNHA 2 – Prometo. Eu estava lá no supermercado namorando com o Joaquim, quando... Ó! Quer dizer eu... eu... eu... tavaaaaaaaa...... Acho que não estou me sentindo bem....
Testemunha 2 começa a fingir que está desmaiando, testemunha 1 segura ela.
ADVOGADA DE ACUSAÇÃO – Uuuuuuu!!! Falsa!!! Para de fingir!!!
JUIZ – Retire-a. Por motivo da condição física vamos anular o depoimento da testemunha 2. Antes de dar o juízo final, vamos ter um intervalo.
Todos saem de cena.
Neste instante entra o Juiz e a Criminosa, os dois ficam cochichando, algum instantes depois o Juiz coloca uma placa na frente deles, e nela está escrito CENSURADO, criminosa levanta uma perna. Abaixa-se a placa e os dois saem de cena.
Entra em cena a Criminosa e sua advogada de defesa conversando, advogada de acusação e testemunha 1. Depois entra o Juiz (sozinho).
Ele se posiciona, bate o martelo.
JUIZ – Silêncio no tribunal.

JUIZ – Vamos rever todos os depoimentos.
ADVOGADA DE ACUSAÇÃO – O primeiro depoimento disse que a criminosa havia roubado papel higiênico e doces, o segundo disse ao contrário, o terceiro disse que uma loira doida havia roubado mas não há provas e o terceiro não pode dar seu depoimento.
JUIZ – Eu, Gabriel Vital, decreto que a julgada Karine Coelho é inocente.
Todos batem palma. Ex-criminosa abraça sua advogada de defesa.
Criminosa sai de cena abraçada com o juiz vira para tráz e diz:
CRIMINOSA - É ganhei mais uma! Enganei o boboca do juiz!!!!
Ela sai rindo. Todos saem de cena.

Fim!!!

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